terça-feira, 30 de março de 2010

nosso amigo argentino em londres

já imaginaram a diferença que faria pra rainha da Inglaterra receber em seu país um argentino bem vestido e com ar aristocrático refinado no brasil? “seguro que tengo mucho a añandir a esta isla perdida entre el polo norte y europa” pensava el pibe. pois o cara da alfândega não se sensibilizou tanto assim com o leivas. só depois de uma hora de interrogatório, onde garantiu que as ilhas malvinas eram mesmo inglesas, que o argentino conseguiu entrar na capital do mundo. “de repente están distribuyendo dinero en la calle” bromeou ele. fato que, obviamente, não rolou. enquanto na republica argentina a economia ia a bancarrota, o cambio do peso pela libra ficava o dobro de pior em questão de dias, el pibe se virava pra sobreviver dois meses numa economia de guerra. o que não foi, digamos assim, um passeio pela recoleta num domingo de sol. “mira vós, en argentina la puesta de sol es nueve de la noche en verano, mientras acá se pone a las 2 de la tarde!” suspirava saudoso. aliás o aconchego do lar também fazia falta, por incrível que pareça ninguém queria alugar apartamento por período menor que um ano, nem mesmo pra argentino humilde! ele só conseguiu um teto pra morar a 20km do centro, graças a uma turma de gaúchos, e isso depois de confessar que sempre soube que pelé era mesmo melhor que maradona. “por lo tanto seria como el tercer mejor jugador de argentina” calculava ele. a distancia do centro o obrigava a longas jornadas no metrô, que tinha um preço mais salgado que champanhe em jurere no carnaval e que acreditem, tinha fiscalização da prefeitura. até o dia que pegaram nosso amigo do primeiro mundo sem o ticket do metro e ele preferiu pagar a multa que ser deportado pela scotland yard. não que estivesse apaixonado pela culinária inglesa, pela limpeza das ruas ou pela pontualidade do big ben, mas sua amada estava por aquelas bandas e, já naquela época ele sabia, essa é a guria! That´s all folks!

Um comentário: