terça-feira, 11 de agosto de 2009

Diogão, o raio de sol

perguntaram pro artista figurassa paulo césar pereio se ele acreditava no que as pessoas diziam e ele se saiu com essa de que “acredito no que elas calam e não no que elas falam” pois esse nosso amigo aqui calava muito mais do que falava. desses que deixariam até o mestre pereio intrigado. sua postura talvez fosse uma vingança silenciosa, como manda o figurino, dessas saboreadas sem a mínima pressa, com o prato bem gelado. sua infância não tinha sido nada fácil numa casa onde reinava a competição, com dois irmãos mais velhos, atletas de natação e que seguiam o modelo adotado pela sociedade brasileira: o bonito é ser magro, ele era o gordo. bem gordo. agora imaginem esse gorducho, quase um lutador de sumô, apelidado “carinhosamente” de nhônhô, vestindo uma sunga pra competir no união? pois imaginaram. ele até fez o aquecimento, mas na hora de nadar, preferiu ir a pé pra casa ali na esquina. seu recado estava dado. calado. desde piá ele tinha um sorriso contagiante que iluminava a casa, a mãe o chamava de raio de sol. no colégio quase não tinha amigos. pelo menos estudava no bom conselho, onde elas eram maioria. saca o gordinho quietinho que formava os grupos de estudo com as gurias? ele mesmo, forte, mas sensível com o dom de desenhar. sempre pronto pra defender o irmão mais novo, que no colégio tinha o dom de aprontar. quando aos 12 anos foi pra disney, na excursão seu apelido era toicinho! pobre do gordinho! lá pelos 15 quando deu aquela crescida dos adolescentes e aproveitou pra, duma vez, perder 20 kilos. sem alarde, quando vimos o guri tinha trocado todo guarda roupa. e também o sorriso contagiante. agora era o adolescente calado, que em seguida foi passar um ano de intercambio nos states. por lá se meteu nessas corrida cross-country, puxou um ferro e morou na casa de um americano que voava num aeroclube. voltou pra cá sarado e com a profissão escolhida: queria ser piloto de avião. a conveniência da casa na lagoa em osório, a cidade dos planadores, e o baita incentivo do pai abriram o caminho pra realizar seus sonhos. por ali mesmo arranjou sua primeira namorada, mais uma desculpa pra estar sempre naquela morada. quando não tava voando curtia também esquiar na lagoa, mas quem conhece aviador sabe o perfil. os cáras não falam de mulher, carro e futebol. falam de avião e de voar. e o diogão quando não estava voando, estava brincando com um aeromodelo. seu sonho era pilotar um boeing, um airbus. teve que se contentar com o aviãozinho do indiana jones. e foi graças a esse aviãozinho da NHT, que ele foi buscar em praga na república tcheca, que ele chegou a conhecer um pouco do velho mundo. quando voltou pro brasil já tava no meio do processo de seleção pra ser piloto da TAM, base em são paulo. toda semana ia lá comer uma pizza e pedir ajudar pra mim, que já tinha tapeado muito entrevistador nessa vida. agora chegou a última semana e o Diogão ia ser meu vizinho, já tinha até o ap todo montado pra ele! mas e eu como ficava? me vi forçado a ter que me mudar pra morar com minha namorada que tava louca pra casar e ter filho ontem de manhã bem cedo! putz, e agora? com ela? preferia pensar que finalmente tinha arranjado um parceiro pro surf no sítio são pedro. esses paulista só querem restaurante e balada no find! fala sério! falando nisso, muito mais que um parceiro pro surf, queria a chance de conhecer melhor meu irmão, quem sabe até ser seu amigão, quem sabe? That’s all folks!

5 comentários:

  1. esse post do diogão era pra ter ido pro ar semana passada no aniver dele, mas não saiu. ficou engasgado. agora taí invandindo o espasso que era pra ser só do diguinho. portanto seria proibido. mas a vida é assim né meu velho, a banca paga e recebe. peço pra turma me poupar de comentários, pêsames e afins porque sei que posso contar sempre com vocês. valeu! abs berna

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  2. APESAR DO PEDIDO, SOU OBRIGADO A DESABAFAR E FAZER UM POUCO DE CIÚME NO AMIGO, PORQUE EM 2004, QUANDO COMEÇOU O TEAM MAHA, O DIOGÃO JÁ SARADO, FOI DOS PRIMEIROS A FAZER PARTE DA EQUIPE, E EU TIVE VÁRIOS BATE PAPOS COM ELE DE SUNGUETE DEPOIS DOS TREINOS DAS TERÇAS (ENQUANTO ELE FAZIA HORA PRO SORTEIO DO BIFE DA DONA CLÉIA), SABE COMO É, É MUITO MAIS FÁCIL A GENTE SE ABRIR COM AQUELES QUE NÃO SÃO TÃO PRÓXIMOS... BAITA GURI O DIOGÃO, BAITA GURI !!! BEIJOS JAMIRO

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  3. Não vou te dar pesasmes nem nada disso porque nem tu, muito menos o Diogo precisam...e eu sei que tu sabe que eu te amo...não me lembro em qual livro do Nietzsche, mas ele fala um lance du caralho...perguntado qual seria a grande dor do homem...ele disse com ar irônico..." a grande dor do homem foi ter nascido"...então tá...dói, mas passa e ai fica só as lembranças e a saudade...pq quem tem café no bule deixa saudade!!!! bjo R3

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  4. Grande Diogão. Nunca conheci ninguém que pudesse descrito melhor do que ele como BOA PRAÇA.

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  5. Vivi momentos maravilhosos e inesquecíveis ao lado de um guri que depois de uns anos tornou-se um grande homem. Tão grande que esse mundo tornou-se pequeno para ele. Dói, mas hoje é uma “dor alegre”. Sigo minha vida com a lembrança de um sorriso lindo.
    Afastei-me de uma família apenas para “sarar” e hoje sigo torcendo para que todos estejam bem, afinal jamais os esquecerei....
    Berna, eu gosto tanto de ti e sei que tu nem imaginas o quanto. Parabéns pelo livro!!!
    Um grande beijo com muito carinho. Kaiô

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