saí do escritório e tava indo em direção a padre chagas quando vi Deus sentado no banco da pracinha, tomando um chimarrão e folheando a última RM. pensei pô! vô chegar no cára e pedir umas dica! sem saber direito por onde começar tasquei um “e aí deus, curtindo a edição de aniversário?” ele respondeu com a voz do paulo cesar pereio “meu filho, essa revista eu já conheço desde o tempo que era só uma idéia na cabeça de uns guris que estudavam na espm.” beleza! tô falando com o cára certo! seguinte, preciso...antes mesmo de pedir a ajuda divina Ele me interrompeu com ar irritado “pensei que depois de gritar bi-campeão com gol do damião tu ia me dar um descanso por uns tempos...além disso, deverias ser mais educado, chegou com muita intimidade, que papo é esse de e aí deus? me chame de SENHOR! primeiro te enturma, depois vem lançar modinha!” pregou e desapareceu. fiquei ali olhando pro banco vazio da pracinha e me dei conta de que deveria escrever sobre a educação que espero pros meus filhos. não essa das boas maneiras que não assimilei tão bem lá em casa, mas sobre uma reforma no sistema educacional. o consultor inglês sir ken robinson argumenta que a escola mata a criatividade. as crianças nascem com o potencial do tamanho de um oceano e ao longo da sua vida escolar vão sendo capadas a ponto desse talento caber num copo de água. as causas são a maneira como as matérias estão estruturadas, o formato expositivo de ensino, os mecanismos de incentivo aos professores e as fórmulas prontas pra solucionar problemas antigos, que não preparam as pessoas para enfrentar os desafios de um mundo em rápida e constante mutação. claro que transformar um sistema enraizado não acontece da noite pro dia, muito menos é coisinha simples de se colocar em prática. “isso é uma tarefa de gincana até pra mim que sou o todo-poderoso” se defenderia Ele. apára! nunca te dão uma cruz que tu não consiga carregar! falando sério, é inegável que uma revolução no sistema de ensino traria um benefício pra toda sociedade, que precisaria sair do sofá de achar que ao colocar o filho na melhor escola particular do moinhos já está fazendo sua parte. requer mobilização e persistência. mesmo porque acreditar que vou de novo encontrar o cára certo na pracinha e que, dessa vez só porque serei mais educado, Ele vai me deixar lançar modinha, é acreditar em papai noel né ô! That´s all folks!
